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O tal "Jornal da Morte" infelizmente é necessário neste momento

Por: Bruno Dames

Acabamos de completar 1 ano de pandemia, estando no pior momento desde o seu início, e a comunicação tem um dever importantíssimo neste momento. Chamados pelos negacionistas de “Show da Morte” e “Jornal da Morte”, o “Fantástico” e o “Jornal Nacional” estão ajudando a muitas pessoas refletirem sobre a COVID-19 e ficarem em casa. Ultrapassamos ontem (17) ao impressionante número de 3.000 mortes diárias por COVID-19, com toda certeza os telejornais tratariam deste assunto, porém o “JN” fez mais um encerramento especial, frisando também que ao todo temos 285.136 vidas perdidas pelo coronavírus no Brasil. O foco em reportagens mostrando e impactando o telespectador com a realidade da pandemia já vem há bastante tempo no telejornal de William Bonner e Renata Vasconcellos, porém neste pior momento tem se tornado cada vez maior a quantidade de matérias que sim, aterrorizam quem assiste, e consequentemente mais e mais críticas de pessoas que acham que é somente uma “gripe”.

Nos últimos dias várias cidades tem decretado novamente o lockdown, que nada mais é do que o isolamento total e o fechamento de lojas e outros serviços dados como não essenciais. Mais uma vez, isso obviamente foi tratado no telejornalismo, porém nesta terça (16) Maju Coutinho resolveu dar a sua opinião com dados de especialistas no “Jornal Hoje”. A fala foi a seguinte: “os especialistas são unânimes em dizer que essas são as medidas indispensáveis agora para conter a circulação do vírus, o choro é livre, não dá para a gente reclamar, é isso que tem”. Já era de se esperar que essa fala iria repercutir e muito, porém até mesmo a tag #CalaABocaMajuHipócrita ficou em alta no Twitter pelos apoiadores de Bolsonaro e outros grupos que são contra o lockdown. O uso da expressão “o choro é livre” não foi certo até porque muitos que são contra o fechamento do comércio é porque realmente não conseguem sobreviver com o confinamento total, ou seja, sem trabalhos considerados não essenciais. Na edição de hoje (18), Maju pediu desculpas e ainda disse que usou a expressão errada. Confira o vídeo da fala da apresentadora utilizando a expressão “o choro é livre”:


Infelizmente a fala de Maju no “Jornal Hoje” e as reportagens assustadoras do “Jornal Nacional” e também do “Fantástico” são necessárias neste momento. Muitos estão até deixando de assistir por ficarem aterrorizados após o telejornal, mas é aí que a gente vê que o jornalismo da Globo está no caminho certo, neste momento essa é a função da comunicação. Eu chamaria isso de responsabilidade, porque o “terror” causado em muitos com certeza resultou em reflexões sobre a pandemia, o medo e consequentemente o confinamento voluntário, que é sim o meio mais eficaz de controlar o vírus e não haver o colapso do sistema. Acho que todos estão cansados de ouvir isso, mas até o fim da pandemia é aquilo: quem puder, fique em casa!

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