Por: João Vitor Mendes
Hoje eu estreio a minha coluna no PortalYTV , com uma entrevista exclusiva com a correspondente do SBT nos Estados Unidos , Patrícia Vasconcellos .
João: Patrícia você já foi locutora de Rádio, Apresentadora de TV e Repórter de grandes emissoras como Globo e SBT , atualmente como Correspondente nos EUA para o SBT . Você tem planos na carreira para os próximos anos ?
Patrícia: Minha paixão é o jornalismo. Quando foco no futuro me vejo em ação fazendo o que mais amo, trabalhar com comunicação e contar histórias pois esse é na verdade o nosso ofício. Como você bem lembrou, já desempenhei diferentes funções no rádio e TV. Fui locutora, comecei em televisão apresentadora sendo que muitos fazem o caminho inverso (começam na rua e depois de uns anos vão para bancada), fui editora e sou documentarista. Entendo que essa faceta multitarefas é o futuro. Pretendo me aprimorar ainda mais em minhas habilidades para exercer qualquer tarefa com excelência. Tenho a intenção também de num futuro próximo me dedicar paralelamente ao trabalho a um doutorado.
João: Está nos seus planos voltar para o Brasil, ou pretende ficar nos EUA ou Mudar de País ?
Patrícia: Fui designada para o posto de correspondente nos Estados Unidos no fim de 2018. Penso que são necessários ao menos dois anos para nos acomodarmos totalmente em um local. O primeiro ano, geralmente, é de adaptação e no caso do jornalista é preciso cavar, colher fontes. Isso leva tempo. Entendo que um período mais longo num local é essencial para que o jornalista domine o cenário e possa entregar conteúdos diferenciados. Na chegada há o olhar estrangeiro. Com o tempo os mecanismos do país são compreendidos, as fontes se tornam sólidas e o trabalho ganha profundidade, acredito.
João: Você além de jornalista/Correspondente é Documentarista . Sendo diretora do Documentário "Parte da História " que relata o conflito árabe-israelense sob a ótica de três jornalistas palestinos. E mais recentemente produziu o Documentário Premiadíssimo "Toque de Recolher" que ressalva os bastidores da cobertura jornalística da equipe do SBT durante o Toque de Recolher na Cidade de Nova York nas manifestações do movimento "Vidas Negras Importam". Pretende lançar novos documentários , depois do sucesso desse último ?
Patrícia: Certamente. O documentário é uma maneira de mergulharmos em um assunto mais profundamente. Ao contrário do hardnews - quando temos o dever de relatar o fato sem opinião - no documentário há uma liberdade pois o produto é cinema e neste caso cabe o olhar do diretor. Em um documentário você pode por exemplo explorar e se aprofundar em uma perspectiva da história. É um trabalho mais artístico havendo obviamente o compromisso com a veracidade pois não é ficção mas um recorte da vida cotidiana. Pretendo certamente fazer novos trabalhos como estes que foram de grande aprendizado e motivo de felicidade.
João: No dia da posse de Joe Biden , qual é a sua expectativa para o evento e qual é o clima nas ruas dos Estados Unidos diante a muitos conflitos políticos internos perante a posse de um presidente norte-americano ?
Patrícia: Houve muita apreensão após a invasão do Capitólio no dia 6 de janeiro. Chegamos aqui no domingo, 17 de janeiro, e a quantidade de militares e policiais nas ruas realmente impressiona. Os bloqueios militares para checagem dos carros me lembraram o período que passei no Oriente Médio produzindo o documentário Parte da História. Me sinto segura, não há manifestações até o momento (manhã do dia 20 de janeiro - data da posse) e a expectativa é de um dia de muito trabalho em um momento importantíssimo não só para os Estados Unidos mas para o mundo.
João: Uma profissional renomada , com grandes coberturas na America Latina e nos Estados Unidos , mas para você qual foi sua melhor e mais impactante cobertura na sua carreira como correspondente do SBT ?
Patrícia: Fiz uma cobertura no México, na região de Guerrero, em 2014 quando 43 jovens desapareceram na região de Ayotizinapa. Eles fariam uma manifestação em uma cidade vizinha, estavam em um ônibus que foi cercado por policiais e todos mortos. Descobriu-se que houve conivência do prefeito com os policiais mas até hoje não se sabe exatamente o que aconteceu e a grande maioria dos corpos sequer foi encontrada pois foram queimados. Essa cobertura foi muito impactante pois retrata uma realidade cotidiana naquela região - os desaparecimentos forçados. Não vemos infelizmente muitas histórias no Brasil referentes ao México neste sentido e acredito que estar ali para contar em detalhes este acontecimento foi algo importante. Entendo que cumpri ali o papel social que o jornalista deve exercer.
João: Como é Trabalhar para o SBT ? A interatividade como o público nas redes ... Já tinha em mente ser correspondente do SBT?
Patrícia: Tenho um orgulho imenso de trabalhar para o SBT que considero minha segunda casa. A amizade dos colegas, o respeito, a admiração, o profissionalismo são incomparáveis. Fazemos um trabalho de excelência num clima de positivismo e ajuda mútua. Sobre ser correspondente essa foi minha vontade após a conclusão do meu mestrado em Londres. Eu era apresentadora e ali tive a sensação que gostaria de mudar o rumo da minha carreira investindo em reportagens com o foco em ser correspondente.
João: Pretende lançar um livro biográfico ou Documentário sobre sua carreira no Jornalismo?
Patrícia: Você me deu esta idéia. Sempre acho que falta um pouco para me lançar neste universo mas o retorno de telespectadores como você é um grande incentivo.
João: Obrigado por conceder essa entrevista Patrícia Patrícia: Obrigada você pelo interesse e pelo carinho com o nosso trabalho.
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